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Dia do Orgulho LGBT+ e direitos da comunidade

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) lançou no dia 26 de Setembro de 2017 um conjunto inédito de diretrizes para engajar o setor privado no combate à LGBTIfobia. Os chamados Padrões de Conduta apresentam recomendações contra a discriminação em diferentes contextos — locais de trabalho, mercados de fornecedores e nas próprias comunidades onde vivem funcionários, clientes e parceiros de negócios.

“Se quisermos alcançar um progresso global mais rápido rumo à igualdade para lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersex, o setor privado não apenas terá de cumprir suas responsabilidades de direitos humanos, mas também se tornar um agente ativo da mudança”, afirmou o chefe do ACNUDH, Zeid Ra’ad Al Hussein.

Os Padrões de Conduta indicam que corporações devem empreender esforços para eliminar toda forma de discriminação LGBTIfóbica — dentro e fora das empresas. Preconceito e abusos de direitos humanos devem ser combatidos durante o recrutamento, contratação e em todas as situações por que passam os funcionários LGBTI de uma determinada companhia. Firmas devem ainda eliminar ações discriminatórias no que tange a benefícios e ao respeito pela privacidade dos empregados.

Para além das paredes das fábricas e escritórios, organizações também podem atuar na arena pública e jurídica em defesa dos direitos humanos do público LGBTI. A publicação do Alto Comissariado explica como instituições privadas podem capitanear mudanças na legislação trabalhista, tornando marcos regulatórios mais inclusivos para gays, lésbicas, bissexuais, indivíduos trans e intersex.

Em um cenário mundial marcado pela ausência de legislações sólidas, corporações têm a oportunidade de ser um exemplo na promoção dos direitos humanos de todos, independentemente de quem amam ou da identidade de gênero que escolhem para si. Estratégias adotadas pelo setor podem incluir articulações no campo legal, bem como ações culturais e de marketing.

A discriminação está associada a perdas na produtividade e na motivação, bem como a taxas mais elevadas de absenteísmo. Outra análise sobre os Estados Unidos, feita a partir de entrevistas com funcionários LGBT não assumidos, mostrou que 27% deles deixaram de compartilhar ideias ou de se manifestar em atividades da empresa porque desejavam esconder sua identidade. Em 2017, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) estimou que a discriminação LGBTIfóbica gera custos para os países de 100 bilhões por ano.

O DIA 28 DE JUNHO

O 28 de junho é lembrado mundialmente como o Dia do Orgulho LGBT em razão de um episódio ocorrido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1969, no bar Stonewall Inn, frequentado até hoje pelo público LGBT, que diariamente recebia batidas policiais.

Cansada da situação, a comunidade local fez um levante contra a perseguição policial. No ano seguinte, no dia 1º de julho de 1970, aconteceu a primeira Parada do Orgulho LGBT, que hoje se repete no mundo inteiro.

O marco do movimento de liberação gay e ativismo deve mesmo ser mais celebrado do que nunca: numa época em que os direitos conquistados a tanto suor e sangue estão cada vez ameaçados, é preciso lembrar ao mundo que inclusão é o único caminho para um futuro melhor.

Vários eventos são realizados em todo o mundo durante o mês como forma de reconhecer a influência que as pessoas LGBTQ+ tiveram ao longo da história. Além de ser uma celebração de um mês repleta de eventos, o Pride é uma oportunidade para protestar pacificamente e aumentar a conscientização política sobre os problemas atuais da comunidade e além.

Respeitar as diferenças de orientação sexual e identidade de gênero não apenas é uma obrigação de direitos humanos, como também traz benefícios para os negócios.

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